Arte no UniBrasil
Matemática

Arte no UniBrasil



Recentemente visitei as instalações do UniBrasil, um centro universitário de Curitiba, Paraná, que, no próximo mês, estará completando quinze anos de existência. E a primeira coisa que me despertou real atenção foi a presença de muitas esculturas e quadros permanentemente expostos em diferentes locais do campus
Óleo sobre tela, de Isael M. Caetano

Acompanhado pela professora Adriane Mazola Russ, recém contratada por aquela instituição, conversei com algumas pessoas no local e fui muito bem recebido. Expliquei que administro um blog sobre ciência e educação, com ênfase em matemática e suas relações com a sociedade, e pedi para publicar uma entrevista sobre esta exposição permanente de obras de arte.

Por intermédio de Jane Maria Ribeiro, Secretária da Presidência do UniBrasil, entrevistei a professora Wanda Camargo, assessora da Presidência do UniBrasil e coordenadora de vários projetos culturais naquela instituição. Camargo é professora aposentada da Universidade Federal do Paraná, onde atuou como docente de graduação e de pós-graduação, bem como representante da classe de professores adjuntos no Conselho de Administração, entre outras funções. 
Pintura em seda, de Andréa Castor Kraemer

Quando visitei a Universidade Stanford, no período de 1995-1996, um dos aspectos que mais se destacava no campus era a exposição permanente de esculturas do francês Auguste Rodin, incluindo O Pensador, Os Burgueses de Calais e Os Portões do Inferno. Quaisquer visitantes podem passear livremente entre dezenas de esculturas de bronze, de um dos mais consagrados artistas da história. 

Essas esculturas de Rodin existem principalmente por conta de doações de Bernard Gerald Cantor, um filantropo conhecido por estimular as artes visuais. 

Stanford é uma instituição com mais de 120 anos. UniBrasil ainda está começando. Mesmo assim dá um belo exemplo que deveria ser seguido por outras instituições de ensino superior de nosso país: o estímulo às artes.
Óleo sobre tela, de Cássio Mello

Com obras de artistas que já fizeram exposições fora do Brasil (incluindo o continente europeu), bem como nomes ainda pouco conhecidos, o UniBrasil faz questão de expor e manter um número crescente de obras de arte que podem ser contempladas por quaisquer pessoas, sejam estudantes, professores, funcionários ou meros visitantes. Por enquanto são 26 artistas* com obras expostas no campus. 

Seguem abaixo as perguntas feitas pelo blog Matemática e Sociedade (MeS), bem como as respectivas respostas da professora Wanda Camargo.

MeS: Por que o UniBrasil expõe permanentemente quadros e esculturas em seu campus? Quando essa iniciativa começou?

Camargo: Obras de arte, no acervo da instituição, estão presentes desde o primeiro mês de sua existência, em abril do ano 2000. Cultura é parte inerente da formação universitária. Educação para a arte se faz essencialmente pela inserção das obras artísticas no dia a dia, de tal forma que pensar a instituição seja também pensar a arte.

MeS: Quais são os artistas cujas obras fazem parte deste acervo? Qual é o critério na escolha dos artistas e das obras?

Camargo: Uma boa representação dos artistas paranaenses é indispensável, e em particular dos curitibanos.

MeS: Há alguma iniciativa de restauração de obras expostas?

Camargo: Sim, já está em curso, por exemplo, a restauração de duas esculturas externas, pois, embora embelezem o campus, sempre existe um desgaste natural de obras expostas ao tempo. Já realizamos também algumas restaurações de quadros, pois embora guardados em ambientes internos, periodicamente é necessária uma revisão do estado geral.

MeS: Qual é a receptividade de estudantes, professores e funcionários do UniBrasil a essas obras?

Camargo: Interessante hoje é a requisição de obras para cada novo ambiente da instituição. Ao abrir nova unidade, já não basta enviar mesas, cadeiras, computadores... funcionários e professores solicitam quadros e/ou esculturas!

É como se o ?padrão UniBrasil? não pudesse ser mantido sem esta providência. O aluno as encontra em ambientes internos e externos, portanto, fazem parte da paisagem cotidiana.

MeS: O UniBrasil conta com alguma meta, em relação a futuras obras de arte a serem adquiridas e expostas?

Camargo: O sonho é vir a ter muito mais pintores e escultores aqui representados, acompanhando o crescimento da instituição. Representantes de várias técnicas, como pintura em seda, em tela, gravuras e aquarelas, esculturas em mármore, metais diversos, estão no campus, mas é importante mostrar outras, como exemplos da criatividade regional.

MeS: Como o UniBrasil percebe as relações entre arte, vida acadêmica e sociedade?

Camargo: Todas as formas artísticas são valorizadas como parte inerente da formação para a cidadania e a completa formação profissional. As diferentes formas de expressão ? vários projetos desenvolvidos, como o Acordes UniBrasil, que traz música para o campus, apresentações teatrais, espetáculos operísticos, palestras com grandes pensadores no UniBrasil Futuro e Academia UniBrasil, e vários outros, além das atividades extensionistas ? todas colaboram para com a inserção do estudante na cultura brasileira.
__________
*Artistas com obras expostas: Ana Procopiak, Andréia Castor Kraemer, Carlos Novaes, Carlus Lisboa, Cássio Mello, Ciro Vidal, Claudia Dias, Clècius Coser, Constância Nery, Erico da Silva, Isael M. Caetano, Lélia Brown, Louise Lobo Kulig, Luciano Corel Corbellini, N. Cordeiro, Nelson Padrella, Otávio Gomide, Paula L. Schmidlin, Pineni Piaci Moaraes, Reginaldo Carvalho, Robson Krieger, Rubens Esmanhotto, Rui Casaril, Rui Castro, Seto ? Seishin Koten, Sônia Maria de Mello.




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